EXEMPLO PARA TODOS NÓS

Auditor da Receita fez provas para 'ganhar experiência'
Paulistano levou três anos para chegar ao cargo que é sonho de muitos candidatos.Antes de passar em primeiro lugar para auditor, foi aprovado em outros três concursos.
Marta Cavallini Do G1, em são Paulo

Arquivo Pessoal

Murillo Lo Visco começou a prestar concurso em 2003 e, após três anos, estava no cargo que é sonho de muitos candidatos (Foto: Arquivo pessoal)
O paulistano Murillo Lo Visco, 32 anos, ocupa um cargo que é o sonho de muitos candidatos. Ele é auditor fiscal da Receita Federal em Brasília, posto que conquistou após ter passado em primeiro lugar em 2005. Mas antes de atingir seu objetivo, Lo Visco estudou muito e prestou vários concursos.
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Lo Visco trabalhou como engenheiro por três anos, antes de se matricular em um curso preparatório em fevereiro de 2003. Em março daquele ano, ele passou no concurso do INSS para analista previdenciário em São Paulo, mas preferiu não exercer a função. Continuou no cursinho até julho. Em outubro de 2003, foi aprovado para o cargo de técnico da Receita Federal em São Paulo e começou a trabalhar em abril de 2004.
Em maio de 2005, prestou concurso para analista de finanças e controle na Secretaria do Tesouro Nacional e passou em 6º lugar. Deixou o cargo do INSS e foi para Brasília.

Tomou posse em dezembro de 2005 e no mesmo mês fez concurso para auditor fiscal da Receita Federal. “Estava embalado pela aprovação. Depois de tanto tempo estudando, tinha adquirido grande bagagem de conhecimento”. Passou em primeiro lugar para as Unidades Centrais da Receita. O salário, na época, era de R$ 7 mil. Tomou posse em julho de 2006.
'Trampolim'
Lo Visco acha importante usar os concursos como “trampolim”, ou seja, ter como foco um determinado cargo. Entretanto, antes de alcançar o posto desejado, vale a pena buscar outras oportunidades no serviço público.
“Mesmo que não seja o objetivo final, é interessante entrar no serviço público e ter mais tranquilidade para continuar estudando para outro cargo. Na iniciativa privada, a gente não tem essa possibilidade.”

A caminho do trabalho
Para Lo Visco, é imprescindível determinação e organização. Depois de ter passado no concurso do INSS em São Paulo, vendeu o carro e passou a usar o transporte público para ir e voltar do trabalho. Como passava até três horas por dia no metrô e ônibus, aproveitava esse tempo para estudar.

No horário do almoço, fazia exercícios de provas anteriores de concursos. Quando chegava em casa, procurava tirar as dúvidas surgidas durante o dia. Segundo ele, o costume de fazer diariamente a “trinca” leitura, exercícios e tira-dúvidas foi muito importante na preparação. “Se você fizer dez exercícios por dia, em 20 dias serão 200 e em seis meses, 1,2 mil.”

Matérias básicas
Além disso, Lo Visco priorizava as matérias básicas que caem em todos os editais para se manter preparado para qualquer concurso que surgisse. Entre os temas sempre revisados figuravam direito constitucional e administrativo, língua portuguesa, contabilidade e matemática financeira. Entre o edital e a prova, ele se dedicava às matérias específicas. “Se você se prepara já antes do edital, sai na frente de muita gente”.
Para ele, a experiência como funcionário público contribui bastante para ir bem nos exames para auditor. “Ao ingressar no serviço público você se aproxima do que cai na prova porque vê boa parte do conteúdo programático na prática”, diz.
Lo Visco aproveitou a experiência que adquiriu como “concurseiro” e escreveu um livro sobre direito tributário com questões comentadas de 75 concursos ocorridos entre 2001 e 2007, com o título “Questões de Direito Tributário” (Editora Ferreira).
“O candidato deve ter em mente que concurso é diferente de vestibular, que tem todos os anos. O edital de um concurso pode demorar anos para sair ou ser publicado no mês que vem. Por isso, é necessário administrar a ansiedade, ficar atento às notícias de vagas e cargos autorizados e ter ciência de que terá de abrir mão de muitas coisas para ser bem-sucedido.”
Nas provas
Para ir bem nas provas, o auditor fiscal diz que é primordial resolver antes as questões mais fáceis e já assinalar as alternativas no cartão de respostas. “Isso eleva a auto-estima, dá confiança, e o candidato está mais tranqüilo quando se volta para as questões nas quais ele tem maior dificuldade.”
Para Lo Visco, quem persiste um dia conquista a vaga almejada. “É como se fosse uma grande fila. Se você mantém uma rotina de estudo, uma hora vai chegar a sua vez. É preciso paciência e determinação.”
Fonte G1 - Globo.com